Você não me ensinou a viver, você nos jogou no mundo e disse
se vira! Você se acha um ótimo professor, mas tudo que eu aprendi foi sozinha.
Se você ao menos uma vez nos tivesse perguntado, eu diria que gostaria de
aprender caminhando junto. Mas você enche a boca para dizer que nos ensinou a
viver. Você não me ensinou nada.
Você se orgulha todo falando sobre amor sem apego, sobre uma
nova forma de amar, sobre alguma coisa que você provavelmente viu alguém
falando ou leu em algum lugar e achou um ótiimo discurso que justificasse tudo
isso que você faz, o seu egocentrismo, algo que justificasse você só olhar para
o próprio umbigo. Pois parabéns. Mas nunca, em nenhum momento eu permito que
você diga mais uma vez que estava nos ensinando, porque você só estava querendo
viver sem ouvir as reclamações de alguém, sem precisar ficar suprindo a
necessidade de alguém, dentro de, como você adora dizer, de uma cultura que é a
do apego.
Sem precisar mostrar que se importa, sem estar presente na
vida (e isso não inclui ligações de 2 min).
O que você sabe fazer é ir embora, pois então vá. Você
sempre vez isso e hoje acredito que você não saiba fazer outra coisa.
Eu confiei em você, eu amei você, com toda a força que
existe dentro de mim. E você insiste em me ver como uma menina fraca, a menina
do norte do parana que provavelmente não sabe de nada na vida, a que se “perder
dentro da cidade grande”.
Te digo novamente que vá a puta que pariu, você não me
conhece, você não conhece tudo que eu fiz sozinha, sem nenhum recurso, porque
você não deu e não da nenhum recurso. Você, não sei se como forma de punição ou
de compensação por ter tido uma vida difícil, quer que eu e minha irmã passemos
por toda a dificuldade que a vida possa oferecer sem nenhum forma de apoio.
Eu não tenho o seu apoio, e não aprendi tudo o que aprendi e
vivi graças a você “que nos deu essa oportunidade”, honestamente? Você fodeu
comigo. Você me deixou dilacerada e sem nenhum recurso, foi isso que você fez,
então nunca mais venha com discurso de que você nos ensinou pra vida, porque o
que você fez, sempre fez, foi nos deixar, foi ir embora.
Eu sempre me cobrei excessivamente achando que eu tinha um
problema, que eu não era boa, querendo provar que eu merecia, mas hoje eu quero
que você vá para o inferno por sempre ter plantado essa bosta de semente dentro
de mim, de que eu não sou boa, de que eu sou uma menina boba do interior, eu
quero que você vá se foder com esse seu discurso bonito que justifica toda a
crueldade que você sempre fez conosco.
Pra você esse lugar é comodo, porque é o que você conhece,
não é? O se preocupar de longe, ser o pai que ama de longe, ser o “bom pai que
mora com as filhas e posta fotos na revista”, mas na hora nas dificuldades
sempre gritou merdas e mais merdas pra mim me fazendo sentir uma bosta, me
mandando ir embora, ao invés de me ensinar e caminhar comigo. Gritando, como
sempre aconteceu, que era pra eu ir embora, igual você sempre fez.
Você é quem não sabe passar por dificuldades, você é que não
tem força pra ir até o final.
Você abandonou o barco, e por mais que adore criar teorias egocêntricas
de como você é um ótimo pai e nos ensinou a viver a verdade vai ser sempre
esta, você abandonou o barco.
Hoje não atendo mais as suas ligações porque, sinceramente,
cansei de fingir uma relação que não existe. Voce pergunta se esta tudo bem mas
está pouco se importando. Você não sabia nem o que minha irmã tinha feito na
perna, e não foi porque ela não te contou, não ouse usar isso como desculpa.
É sua obrigação. Você é pai em uma sociedade ociental. Não
venha querer cagar regras sobre amor sem apego. Essa teoria serve apenas pra
você, pra tirar o seu peso na consciência, apenas para isso, não venha colocar
isso como uma verdade.
Você se “importa” com as pessoas quando não precisa fazer
nada a respeito, apenas pensar sobre, pois então fique com seus pensamentos. Apenas
com eles.